Há momentos da vida que de tempos a tempos recordamos ao
longo dos anos.
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Abôl | |
Hoje vou recordar momentos da minha juventude e senão
mesmo da minha infância e recordo os tempos em que na companhia de meu pai, lá pelos
anos 40 do século passado, em passando pelos mais variados lugares da Freguesia
de Eja (Abôl, Eja e Ameixede) ouvia os locais em conversa com meu pai dizer “Amanhã
vou à Rua e passo lá por casa” ou “Para a semana vou à Rua” ou ainda “Encontrei-me
na Rua com ‘fulano’” e até mesmo
aqueles que viviam mais afastados do “centro” como eu próprio dizia “Pai vou à
Rua”.
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Eja - Igreja |
A Freguesia de Eja era à época (e ainda será!?) uma Freguesia
que vivia essencialmente da agricultura. O lugar de Entre-os-Rios era então
como que um entreposto de comunicações; o centro comunicacional, comercial e
turístico de então. Era em Entre-os-Rios a Farmácia, os Correios, o nó que unia
o concelho do Marco de Canavezes e Castelo de Paiva e era aqui também que havia
uma feira mensal, daí ainda hoje se chamar ao Largo Dr. Baltar o Largo da Feira.
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Largo Dr. Baltar (Largo da Feira) |
Os tempos mudam com o passar dos anos, mas é um facto que
nos últimos 40 essa mudança foi grande. Nem sempre me foi possível durante todo
esse tempo seguir de perto essas mudanças, a vida tem condicionantes que nos
levam para outras paragens, mas o regresso às origens é um bem que nem todos conseguem
alcançar.
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Igreja de S. Miguel - Eja |
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Capela de N.S. da Cividade - Eja |
A Freguesia de Eja transformou-se ao longo destes anos;
passou de um centralismo em Entre-os-Rios para uma descentralização, sobretudo habitacional;
tendo os restantes lugares da Freguesia alcançado um desenvolvimento jamais previstos
muitos anos atrás. Assim se foi desertificando a outrora Metrópole, por isso, hoje, já ninguém diz “Vou à Rua” porque as
necessidades de outrora já não são tão prementes. Hoje “Vou a Entre-os-Rios” e
vêem cá para um passeio, para uma festa, para um espectáculo, enfim, para
diversão.
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Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios |
Há uma verdade que sem justificar tudo, justifica alguma
coisa. A topografia de Entre-os-Rios não facilita o seu desenvolvimento,
limita-o; não é, no entanto, uma justificação para a sua estagnação. Vontade,
imaginação, voluntarismo e algum saber serão sempre necessários para
ultrapassar essa condicionante.
Alguma coisa se tem feito e os Bombeiros Voluntários de
Entre-os-Rios (dos quais sou o sócio nº 38) tem sido um exemplo da capacidade que
as gentes da terra, em comunhão com as gentes da Freguesia de Eja, têm para um
desenvolvimento importante e desejado. No final, para bem de toda a Freguesia
de Eja. Mas se os BVE são um exemplo visível no dia a dia outros serão
importantes como o grande espectáculo da semana passada com o apoio da Câmara
Municipal de Penafiel e com o apoio sempre presente na pessoa do seu Presidente
Dr. Antonino de Sousa.
Outros exemplos seguem na esteira do desenvolvimento da
Freguesia e de todos os Ejenses. Desses, alguma coisa diremos no 2º Capitulo.