No último postal aqui publicado referi a Rua Nova e a
Procissão das Endoenças. Neste vou dar um pouco mais de dimensão às recordações
deste evento.
Se o ridículo matasse a Procissão das Endoenças já tinha finado.
Perde-se nas memórias do tempo o início da procissão e não
recordo quando este evento Pascal, mais emblemático de Entre-os-Rios, começou a
ser precedido de fanfarra.
Antes assumia-se a procissão sem o espavento da fanfarra de
que nunca fui um admirador, no entanto os tempos mudam, as vontades e os gostos
alteram-se e lá veio a fanfarra. Era sempre a fanfarra da terra, a fanfarra dos
Bombeiros.
Nunca soube nem sei em que condições a mesma se prestava a
tal trabalho mas tornou-se habitual e passou a ser tradição. Aceitá-la foi pelo
hábito e pelo costume.
Esta procissão insere-se nas actividades da Igreja Católica
e durante a semana Pascal, é realizada em dois dias, na quinta-feira sai pela
noite da Igreja de Sta. Clara no Torrão com o Cristo Supliciado terminando na
Capela de S. Sebastião no cimo da Rua Nova (Calvário).
Na Sexta-feira, a meio da tarde, sai o Cristo morto da Capela de S. Sebastião para a Igreja de Sta. Clara no Torrão.
Até 2014 a fanfarra dos Bombeiros encabeçavam a procissão com
muita dignidade e era precedida por uma patrulha da GNR que mais dignificava o
momento.
Mas neste ano de 2014 algo se alterou. Segundo vozes que me
chegaram a comissão dirigente deste acontecimento não chegou a acordo com os
Bombeiros e então numa decisão “de pau de marmeleiro” resolveu “dignificar” o
acontecimento com uma trupe fardada à comandos militares (terá sido de
caçadores de gambusinos?) com gaitas à boa maneira Escocesa.
E o abade foi nisto!
Se o ridículo matasse
a Procissão das Endoenças já tinha finado.
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